No fim da discussão ou da guerra toda, os créditos não merecidos ficam com quem mais errou.
Não só erra agora, mas errou durante todo um período ou toda uma vida, a partir do momento em que o senso o tomou.
A perda da capacidade de viver em conjunto e a falta de respeito com o próximo.
Próximo, este, que na teoria seria sua família.
As vezes me deparo com uma certa pena e uma vontade que parte do fundo do coração de tentar ajudar a superar um problema que talvez tenha tido origem na adolescência ou algo do gênero, porque, isso de agora, a forma como as coisas estão e a proporção que tomou, não é normal.
Ao longo do tempo foi se agravando sem que pudesse perceber e quando se percebeu, já tinha chegado no limite e a atitude que era pra ser tomada, não foi e resumindo, hoje em dia tentamos nos acostumar com algo triste e degradante.
E é tão degradante quanto, pra quem está perto, aceitar isso como se fosse algo natural.
Uma pessoa que já entrou na fase adulta e a única independência que acha que tem é poder sair quando quiser e voltar quando quiser.
Mas ainda sim, sendo não independente financeiramente e de uma certa forma moralmente porque no final do dia ou da semana tem que voltar ao ninho pra se reestabelecer, tanto de calor quanto de comida.
Então, eu não entendo quando se fala em independência sem ser por inteiro independente, o que me estressa demais.
Porque ao em vez sair por aí e procurar um rumo pra que não precise mais do ninho e procure formar o seu próprio ninho, quer forjar um espaço que já não possui mais dentro do ninho.
Por mais que se cresça fisicamente, ainda é uma criança por dentro, fazendo escândalos e ceninhas pra que seus pais te dê toda razão e brigue com o mais o velho, ou era pra ser com o mais novo? Tudo isso faz parte, chamar a atenção faz parte, quando ainda se é uma criança.
Sendo que não me refiro a uma criança.
Como, por exemplo, uma criança num clube, quando ela vai dar o mergulho, ela procura os olhos da mãe, geralmente, e fica dizendo:
"olha, mãe, olha, mãe."
E seria uma decepção sair debaixo d'água e não ver a mãe com olhos de admiração e isso poderia, sim, marcar a vida da criança.
Ou seja, pequenas demonstrações de amor no início de uma relação, seja de pai com filho, seja de marido com esposa, deve ser expressa, logo.
No caso, a minha humilde análise pela situação, é que houve uma falha da própria criação em certo ponto.
Seja no primeiro beijo que quando contado, obteve uma rejeição da mãe ou o pai agrediu.
Ou mesmo a agressão por motivos mesquinhos que causaram raiva e desprezo pelo agressor.
Ainda mais se for alguém que está no convívio diário.
Causa uma imagem horrível e principalmente sentimento de medo.
Não quero dizer que a agressão física propriamente dita, pode gerar todo esse processo de rebeldia, quero generalizar.
Tudo que no momento pode ser pra fazê-lo aprender que não se deve por a mão na tomada porque toma choque, acaba se tornando um trauma se a repreensão não é feita da devida forma.
O que acabou acontecendo foi o hábito dos pais em aceitar de bom grado os erros de seus filhos depois de grandes, achando que já estão devidamente formados tanto de caráter quanto de atitudes maduras.
Repreender demais ou da forma errada quando se é pequeno, acaba gerando dores maiores quando ele cresce. Ele adquiri raiva e uma vontade súbita de sair daquele lugar.
Essa vontade pode ou não mudar.
Se tornam, mais tarde, rebeldes com a vida e em casa.
Mas ainda sendo sustentado por seus pais e fazendo do grupo, um lugar que deveria ser de harmonia, acaba se tornando um campo guerras, porque suas vontades em certos momentos são questionadas.
E suas vontades tem que estar em pedestais e se por ventura houver um impessílio, há o surto.
Tendo dizer que o que somos hoje, obviamente são frutos de um passado feliz ou não, mas não necessariamente nosso passado, mas de nossos antepassados.
Há jeito de conserto, mas depende muito se quer um conserto.
A convivência chegou num ponto culminante e insuportável.
Agora meu olhar é de pena e somente.