Tudo começa num dia que era pra dar tudo errado e por alguma razão rende por muito tempo e eu acredito que renderá até o fim dos dias.
Desde então eu conheci sentimentos, emoções, etc que nunca vira antes em qualquer pessoa e
não entendia seus significados
São sensações necessárias de um ser humano pra que consiga viver se quiser.
Tive um amor, conheci este, o mais forte de todos, o primeiro, o único, a essência da minha vida, o motivo pelo qual eu respirava e logo após,
o motivo pelo qual eu iria desmoronar e nada iria me levantar.
Mas como tudo, tudo, tudo tem seu início, meio e fim, eu aprendi a lidar com o fim e essa é a razão de eu não estar triste, abalada e morrendo agora.
Tudo passa, inclusive, um dia, nós iremos passar.
Eu não me importei quando soube que uma pessoa aleatória, eu acredito que seja mesmo, e não tenha nenhum sentido e fundamento na história toda,
encosta e faz coisas além de apenas encostar na pessoa que até então diz te amar e ser comprometida com você.
Me importei com o fato de não haver interesse ou demonstração de afeto quando eu fiz, mesmo, o mundo parar pra eu conseguisse o que eu queria
E tanto eu fiz que consegui, mas quando consegui, não tive como comemorar o mérito, porque quem eu queria que estivesse comigo, já não pode mais estar e isso acaba comigo.
Sinto uma impotência e uma falta de consideração e vejo que tudo podia ter sido farsa e apenas ilusão
Confusão de sentimentos e acabando em um "eu te amo" quando não se ama de verdade.
Então, mais uma vez, teve seu início, seu meio turbulento por falta de ações e ações demais que resultaram em um fim calmo e sem lamentações.
Senti, chorei, sorri, tive medo, me apaixonei, sonhei, planejei, imaginei, lembrei, desejei, quis, tive e não tive mais e principalente, me esforcei mais que eu deveria e talvez mais que eu conseguiria.
Não vejo isso como algo tão triste, porque acredito que eu tenha vivido mais e adquiri mais experiência em lidar com certas circunstâncias.
Me entregar demais e dar muito de mim, sempre foi um defeito, mas provém do meu signo que não esconde quem eu realmente sou.A diferença que há de uma situação pra outra, é que eu sofro menos a cada uma delas e fico mais frígida e calejada, portanto não derramo sequer uma lágrima pelo término.
Reclamei de coisas fúteis que juntando, formam estopins.
São, mais uma vez, necessários pra que eu aprenda de uma vez por todas a cometer e não cometer certas atitudes e atrocidades.
Tudo, agora, me faz evoluir, desde a primeira decepção.
O dia estava chuvoso, diferente do primeiro que estava ensolarado.
Não que eu compare, ninguém tem o direito de fazer isso
Mas não posso negar que sofro e sinto melancolia agora pelo aconteceu.
Não queria que fosse dessa forma, aliás se tivesse sido de outra forma eu estaria triste por essa outra forma e assim por diante.
O segredo pra que não haja decepção com o que quer que seja, é não esperar nada do que quer que seja.
Deixe que aconteça e depois deite no seu travesseiro pra lembrar do que foi, porque os planos
sempre estragam os projetos.
Eu esperei muito e quis muito e muitas vezes quando isso acontece, perde-se a verdadeira vontade
e tudo perde o sabor.
Não me arrependo de nada do que fiz e faria de novo pra apanhar mais uma vez e mais uma vez e mais uma vez.
Não vou apagar nada, pois penso que se um poeta romântico apagasse seus poemas, não sobraria quase nenhum, se é que sobraria algum.
Agradeço pelas palavras e ações impensadas.
Eu estou de consciência limpa e feliz por ter dado tudo de mim pra que meu desejo se realizasse, isso mostra que não desisto e luto e luto muito
pelo que quero e quase sempre consigo, quando não ponho demais a emoção descontrolada na frente de emoções mais centradas.
Faltava alguém do meu lado e sempre faltará até que um dia eu entenda de verdade que uma pessoa, por mais que tenha tamanha importância,
não vale mais que eu pra mim.
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. 
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I
Eu caminho pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio dentro dele.
Eu estou perdido... estou desamparado.
Não é culpa minha.
Leva um tempão para encontrar a saída.
II
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Finjo que não o vejo.
Caio dentro de novo.
Não posso crer que esteja no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda leva muito tempo para sair.
III
Eu caminho pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu vejo que ele está lá.
Eu ainda caio... é um hábito.
Meus olhos estão abertos.
Eu sei onde estou.
É culpa minha.
Saio imediatamente.
IV
Eu caminho pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu passo ao redor.
V
Eu caminho por outra rua.